A declaração de Nashville é uma declaração de fé evangélica-cristã sobre o papel da sexualidade e do gênero humano, autorizada pelo Conselho sobre a Masculinidade e Feminilidade Bíblicas (sigla em inglês, CBMW). A declaração apresenta a oposição dos signatários à sexualidade conforme postulada pelo movimento LGBT e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A declaração foi publicada em agosto de 2017, durante a Conferência anual da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul dos EUA, en Nashvile, Tennessee. A declara foi assinada por mais de 150 líderes envagélicos-cristãos, dos quais alguns seguem abaixo.
No início do século vinte e um, os cristãos evangélicos encontram-se em um período de transição histórica. Inseridos em uma cultura ocidental cada vez mais pós-cristã que embarcou em um questionamento massivo do que significa de fator ser humano. Em geral, nossa era não mais discerne ou se deleita na beleza do propósito de Deus para a humanidade. Muitos negam que Deus tenha criado os seres humanos para Sua glória, e que Seus bons desígnios para nós incluam nossos propósitos pessoas e físicos como homem e mulher. É comum pensar que a identidade humana enquanto homem e mulher, não é parte do belo plano de Deus, mas, ao contrário, uma expressão das preferências pessoais de cada indivíduo. A jornada para a alegria completa e eterna através do bom propósito de Deus para suas criaturas é substituída pelo caminho de alternativas a curto prazo que, mais cedo ou mais tarde, destroem a vida humana e desonram a Deus.
Esse espírito secular da nossa era representa um grande desafio para a igreja cristã. Será que a igreja cristã do Senhor Jesus Cristo perderá sua convicção bíblica, clareza, coragem e irá se misturar ao pensamento desse século? Ou ela permanecerá firme na palavra da verdade, encorajada em Jesus, sem vergonha de proclamar Seu caminho como o caminho para a vida? Ela manterá seu testemunho claro, remando contra a maré em um mundo que parece estar à beira da ruína?
Para demonstrar nossa fidelidade nessa geração precisamos, novamente, declarar a história do mundo e nosso lugar nela – especialmente como homem e mulher. As Escrituras Sagradas nos ensinam que existe somente um Deus que é o Único Criador e Senhor de tudo. Somente a Ele todos devem gratidão genuína, louvor integral e total fidelidade.
Este é o caminho não apenas para glorificar a Deus, mas para conhecermos a nós mesmos. Esquecer nosso Criador é esquecer quem somos, porque Ele nos fez para sermos Dele. Não podemos conhecer verdadeiramente a nós mesmos sem verdadeiramente conhecer Àquele que nos criou. Não criamos a nós mesmos. Não pertencemos a nós mesmos. Nossa real identidade, como homens e mulheres, é dada por Deus. Não é apenas tolice, mas inútil tentar fazer de nós mesmos o que Deus não nos criou para ser.
Cremos que o desígnio de Deus para a sua criação e o seu caminho de salvação servem para lhe glorificar e nos trazer o maior bem. O bom plano de Deus nos proporciona maior liberdade. Jesus disse que veio para que pudéssemos ter vida e tê-la de forma transbordante. Ele é por nós e não contra nós. Portanto, na esperança de servir a igreja de Cristo e testemunhar publicamente os bons propósitos de Deus para a sexualidade humana revelada nas Escrituras, oferecemos as seguintes afirmações e negações.
Artigo 1
AFIRMAMOS que Deus criou o casamento para ser uma união vitalícia de compromisso, sexo e procriação entre um homem e uma mulher, marido e esposa, com o intuito de representar o compromisso de amor entre Cristo e sua noiva, a igreja.
NEGAMOS que Deus criou o casamento para que seja um relacionamento homossexual, polígamo ou poliamoroso. Também negamos que o casamento seja um contrato meramente humano, ao invés de um compromisso firmado diante de Deus.
Artigo 2
AFIRMAMOS que a vontade revelada de Deus para todas as pessoas é a castidade fora do casamento e a fidelidade dentro do casamento.
NEGAMOS que quaisquer afeições, desejos ou compromissos justificarão a relação sexual antes ou fora do casamento; também não justificarão qualquer forma de imoralidade sexual.
Artigo 3
AFIRMAMOS que Deus criou Adão e Eva, os primeiros seres humanos, a sua própria imagem, iguais diante de Deus como indivíduos, e diferentes como homem e mulher.
NEGAMOS que as diferenças divinamente estabelecidas entre homem e mulher oferecem a eles diferenças em sua dignidade ou valor.
Artigo 4
AFIRMAMOS que as diferenças divinamente estabelecidas entre homem e mulher refletem o propósito original de Deus para a criação e foram criadas para o bem da humanidade e seu crescimento.
NEGAMOS que tais diferenças são resultado da QUEDA ou que sejam uma tragédia a ser superada.
Artigo 5
AFIRMAMOS que as diferenças das estruturas reprodutivas masculinas e femininas são parte integral do plano de Deus para o conceito de homem ou mulher.
NEGAMOS que anomalias físicas ou condições psicológicas anulem a ligação criada por Deus entre o sexo biológico e o conceito pessoal de homem ou mulher.
Artigo 6
AFIRMAMOS que aqueles que nasceram com um transtorno físico de desenvolvimento sexual foram criados à imagem de Deus e tem valor e dignidade iguais a todos os outros que carregam essa imagem. Eles são reconhecidos por nosso Senhor Jesus, em Suas palavras como “eunucos porque nasceram assim.” Com todos os outros, eles são recebidos como fiéis seguidores de Jesus Cristo e devem aceitar seu sexo biológico na medida em que for conhecido.
NEGAMOS que as ambiguidades relacionadas com o sexo biológico do indivíduo o incapacitam de viver uma vida frutífera em alegre obediência a Cristo.
Artigo 7
AFIRMAMOS que o conceito pessoal de homem e mulher deve ser definido pelos propósitos santos de Deus na criação e redenção, como revelado nas Escrituras.
NEGAMOS que adotar um conceito pessoal homossexual ou transgênero seja condizente com os propósitos santos de Deus na criação e redenção.
Artigo 8
AFIRMAMOS que as pessoas que vivenciam atração sexual pelo mesmo sexo devem viver de forma frutífera agradando a Deus através da fé em Jesus Cristo, como, todo cristão, caminham em pureza de vida.
NEGAMOS que a atração sexual pelo mesmo sexo seja parte da bondade natural da criação original de Deus, ou que isso afaste essa pessoa da esperança do evangelho.
Artigo 9
AFIRMAMOS que o pecado distorce os desejos sexuais os afastando do compromisso matrimonial e levando a imoralidade sexual – uma distorção que inclui tanto a imoralidade heterossexual como homossexual.
NEGAMOS que um padrão persistente de desejo pela imoralidade sexual justifique o comportamento imoral.
Artigo 10
AFIRMAMOS que é pecaminoso aprovar a imoralidade sexual ou transgeneridade e que tal aprovação constitui um afastamento essencial da fidelidade e testemunho cristãos.
NEGAMOS que a aprovação da imoralidade sexual ou transgeneridade é uma questão de indiferença moral sobre a qual cristãos fiéis devem concordar em discordar.
Artigo 11
AFIRMAMOS nossa responsabilidade de falar a verdade em amor em todo tempo, incluindo quando falamos para ou sobre outros homens ou mulheres.
NEGAMOS qualquer necessidade de falar de maneiras que desonrem o propósito de Deus para homens e mulheres que carregam a Sua imagem.
Artigo 12
AFIRMAMOS que a graça de Deus em Cristo oferece tanto perdão misericordioso como poder transformador, e que esse perdão e poder capacitam um seguidor de Jesus a fazer morrer seus desejos pecaminosos e caminhar de forma digna do Senhor.
NEGAMOS que a graça de Deus em Cristo seja insuficiente para perdoar todos os pecados sexuais e para oferecer poder para santidade de qualquer crente que sinta-se atraído pelo pecado sexual.
Artigo 13
AFIRMAMOS que a graça de Deus em Cristo permite que pecadores abandonem seu conceito pessoal transgênero e, pela benevolência divina, aceitem a relação ordenada por Deus entre o sexo biológico e o conceito pessoal de ser homem ou mulher.
NEGAMOS que a graça de Deus em Cristo sancione conceitos pessoais que sejam contrários à vontade revelada de Deus.
Artigo 14
AFIRMAMOS que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar pecadores e que através da morte e ressurreição de Cristo o perdão dos pecados e a vida eterna estão disponíveis para todos que se arrependem de seus pecados e confiam somente em Jesus como Salvador, Senhor e tesouro supremo.
NEGAMOS que o braço do Senhor seja curto demais para salvar ou que qualquer pecador esteja além do seu alcance.
Entre os signatários estão:
Denny BurkPresident
John Piper
James Dobson
Russell Moore
J. I. Packer
Wayne Grudem
R. Albert Mohler, Jr.
Tony Perkins
D. A. Carson
John MacArthur
Sam Allberry
R. C. Sproul
Rosaria Butterfield
Francis Chan
Marvin Olasky
Nancy DeMoss Wolgemuth
Kevin DeYoung
Mark Dever
Dick Lucas
Michal Horton
Darrel Bock
Jonathan Leeman
Tradução: Tatiana Raia Bonassi Ribeiro
Publicado in: CBMW.ORG
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