Quando nossa igreja era nova e nossa congregação, pequena, ninguém tocava piano, exceto eu. Era difícil para eu tocar piano, pois este não é exatamente meu maior dom. Apesar disto, eu era a pianista nomeada. O Senhor ensinou-me muito sobre a humildade durante aquele tempo, mas um domingo em particular se destaca em minha mente – foi o primeiro domingo em que alugamos um espaço em uma escola.
Eu estava ansiosa por aquele domingo porque pensava que o piano deles era melhor que o anterior. Mas, uma nota apenas foi suficiente para descobrir o contrário. As teclas eram desiguais, ele estava grosseiramente fora do tom, e soava como um piano de bar. Enquanto o ministro de música e eu praticávamos antes da escola dominical, pensei: Senhor, por que? Por que não podemos ter um piano parcialmente decente? A igreja da esquina nem acredita que a tua Palavra é a verdade, e eles tem um Steinway de dois metros!
Conforme eu lutava com meus pensamentos sobre o que Deus estava fazendo, comecei a chorar. Jerry Gunter, nosso ministro de música, não pode deixar de perceber. Ele parou de cantar e se aproximou do piano. Ele me disse: “Acho que precisamos orar”. Em lágrimas, acenei com a cabeça. A oração dele foi mais ou menos assim: “Senhor, obrigado por este piano”. Fiquei confusa e, como se aquilo não fosse o suficiente ele acrescentou: “ E oro para que a Martha arrependa-se do seu orgulho”.
Eu não me arrependi naquele momento, mas parei de chorar. Mais tarde, em vez de me concentrar na lição da escola bíblica, continuei a lutar com o Senhor em meus pensamentos. Finalmente percebi meu pecado, e com um coração contrito, pensei: Senhor, perdoa-me por estar irada sobre o piano. Obrigada pelo piano e por me provar.
Eu havia sido pega de surpresa com este pequeno teste que até era insignificante, e falhei miseravelmente. Contudo, mesmo que tenha parecido uma falha tão miserável, Deus estava me ensinando que sempre devo ser grata, não importa o que aconteça comigo ou com alguém que amo. Se meu primeiro pensamento tivesse sido: Eu devo ser grata por todas as coisas. Obrigada, Senhor, por este piano, Deus teria sido glorificado em vez de ter sido feito o vilão. Eu não teria sentido uma grande felicidade,entretanto, me alegraria nos propósitos de Deus para mim.
Além de ser grata, outra obrigação que temos é a de estar plenamente persuadida da bondade de Deus, “Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade” ( Salmos 100).
Suponha que o resultado da sua mamografia não é bom, ou que você fica sabendo da repentina morte de uma pessoa amada. Suponha que você descobre que sua filha será abandonada pelo seu marido. No mínimo, suas emoções oscilarão. Você provavelmente não conseguirá dormir. A dor arrastará você como uma onda na praia. Sendo estes tempos de provação, você deve lembrar-se da bondade de Deus. Ore e pense: Senhor, tu és bom por ter permitido que eu vivesse até hoje com bons resultados nas mamografias, ou, Tu és bom por haver permitido que tivesse meu amado pelo tempo que eu tive.[…]
Você também deveria se lembrar que Deus é bom, apesar das circunstâncias. Uma pessoa que O ama, tem convicção da bondade dEle tanto em dias cheios de pequenos testes desagradáveis, quanto em dias consumidos por imensas e dolorosas provações. Deus é bom, e bons pensamentos a respeito dEle deveriam sempre encher nosso coração.[…]
Deus tem propósitos bem definidos e bons para nós. Nossa obrigação é sermos gratas, e estarmos plenamente persuadidas de sua bondade e percebemos o quanto Ele nos ama. Então, poderemos enfrentar qualquer provação que venha sobre nós, sabendo que Deus está agindo em nossa vida e na vida de nossos amados, afim de realizar seus divinos propósitos.
Martha Peace
Extraido do Livro “Mulheres em Apuros”. São José dos Campos: Ed .Fiel. p. 159-161
Publicado com permissão
Martha Peace é formada em enfermagem pelo Grady Memorial Hospital School of Nursing. Desenvolve seu ministério na área de aconselhamento bíblico, tendo recebido seu treinamento pelo National Association of Nouthetic Counselors. É casada há 41 anos com Sanford Peace; ambos são membros da Igreja Bíblica da Fé, onde Martha ministra estudos bíblicos para senhoras. Martha é autora de diversos livros.
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