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Confissões de uma medrosa regenerada! por Bianca Bonassi Ribeiro



Ao pensar em escrever sobre o tema “medo”  a minha primeira reação foi de sentir medo da exposição que isso poderia me causar, ao mesmo tempo me sentia compelida a prosseguir. Toda confissão é um ato de reconhecimento por ter feito, dito ou sentido algo. Sendo assim, espero encorajar outras pessoas a se transformarem em medrosos regenerados, assim como eu.

Muitas pessoas acham que sentir medo é algo para crianças, outras acreditam que o sentimento de medo ocorre apenas em situações de perigo real.

A primeira vez que estudei intencionalmente sobre o medo foi durante a construção de minha tese de doutorado. Nesse estudo pude analisar como algumas propagandas estimulam o sentimento do medo para persuadir o consumidor a determinado comportamento de consumo. Nesse mesmo período, ocorreram fatos e situações em que eu e minha família sentimos muito medo. Porém, Deus, em sua soberana graça começou, em mim, um longo e lento processo de regeneração do medo que tem me ajudado a crescer espiritualmente. Naquela época, eu não podia nem imaginar que um dia estaria escrevendo sobre o medo.

O trecho de Josué 1.9 (que “coincidentemente” estava enfeitando uma porta durante um momento crítico) é o verso memorial de minha luta contra o medo. Ele diz: “Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore e nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar”. Essas palavras foram ditas a Josué no momento em que ele assumiu a liderança do povo de Deus com a missão de enfrentar muitas batalhas e consequentemente situações de medo. No mesmo capítulo, no verso 6b, o Senhor dá a garantia para não temer quando afirma: “Assim como estive com Moisés, estarei com você; nunca o deixarei, nunca o abandonarei”. Essa certeza é um forte antídoto contra o medo, ou seja, saber que Deus estará comigo mesmo em situações de perigo/risco e que Ele mantém o controle sobre todas circunstâncias.

Em geral, o medo é um sentimento de temor que se manifesta de duas formas: a) por estar diante de uma situação de perigo ou b) por imaginar vivenciar uma situação de perigo.  Enquanto que perigo se refere a toda e qualquer situação de risco.

As situações de risco podem variar de pessoa para pessoa, por exemplo, para mim todo e qualquer procedimento médico é uma situação de risco. Durante anos eu desmaiava ou quase desmaiava quando realizava exames de sangue. Até hoje preciso de dias de preparo emocional para enfrentar situações que envolvam machucados, fraturas, cortes e sangue, mesmo que não seja nada grave. Uma recente batalha contra o medo foi entrar numa UTI para visitar minha avó em seus últimos dias de vida e ainda me deparar com o resultado da traqueostomia que ela tinha sido submetida. Me lembro da oração que fiz pouco antes de entrar: “Senhor, lembre-se que sou uma medrosa regenerada, por favor não me deixe desmaiar aqui” e por misericórdia divina, a minha oração foi atendida.

No entanto,  o medo gerado pela imaginação de vivenciar uma provável situação de perigo/risco é o mais avassalador e paralisante. Isso porque, não estamos imersos numa situação de perigo ou risco, mas imaginamos o que poderia acontecer caso estivéssemos. Esse é o tipo de medo que anda de mãos dadas com a ansiedade e, portanto, merece um esforço maior na renovação da mente, pela palavra de Deus.

Talvez, você seja como eu e já tenha imaginado diversas situações de perigo e consequentemente o medo foi despertado em sua mente. A seguir está uma lista de alguns medos que já estiveram presentes em minha mente:

· Medo de não casar;

· Medo do julgamento de outras pessoas;

· Medo de ficar viúva muito cedo;

· Medo de deixar meus filhos órfãos de pai e/ou mãe;

· Medo de algum membro da família perder as faculdades mentais;

· Medo do desemprego (em especial do provedor da família);

· Medo de algo grave acontecer com meus filhos;

· Medo de meus filhos ou sobrinhos(as) se envolverem com más companhias;

· Medo de ter filhos afastados dos caminhos do Senhor;

· Medo de falhar como esposa e mãe;

· Medo de dizer não para alguns projetos;

· Medo de ser mais uma vítima da violência ……

O mais interessante é que alguns desses medos imaginados se tornaram realidade em minha vida. Mas, o mais interessante é que durante a situação de perigo/risco eu tinha certeza de que Deus estava no controle. Claro, que a tristeza muitas vezes acompanhava o processo, afinal, assim como a maioria eu não gosto de passar por dificuldades e riscos. No entanto, havia paz e forças provenientes de Deus.

Para mim, mapear e compreender as situações e pensamentos que me causam medo tem sido importante, principalmente no momento que preciso renovar a minha mente com versículos bíblicos. A leitura de alguns livros também me ajudou muito nesse processo e gostaria de recomenda-los:  Vencendo medos e ansiedades de Elyse Fitzpatrick[1] e Abaixo a ansiedade de John MacArthur[2]

Importante ressaltar que o processo de superação é lento e gradual, ou seja, não acordamos um dia completamente livres do medo. Aos poucos, diante de algumas situações, conseguimos ter reações de tranquilidade e paz para enfrentarmos o risco e perigo.

Para concluir, gostaria de lembrar que esse tema é tão importante para Deus que Ele deixou nos diversos textos de encorajamento e alguns compartilho com você:

Busquei o Senhor, e ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores (Salmos 34.4).

Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa (Isaías 41.10).

Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio (2Timóteo 1.7).

Bianca Bonassi Ribeiro


[1] Vencendo medos e ansiedades. Elyse Fitzpatrick. Resenha disponível em: https://conselhobiblico.com/2015/12/05/elyse-fitzpatrick-vencendo-medos-e-ansiedades/


[2] Recursos bíblicos para vencermos um inimigo constante. Resenha disponível em: https://conselhobiblico.com/2016/12/09/john-f-macarthur-jr-abaixo-a-ansiedade/



Bianca é casada com Luciano. Eles têm dois filhos, o Pedro e o Vitor. Ela faz parte da equipe docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP, desde 2007 e é membro da Primeira Igreja Batista de Atibaia.

Bianca é doutora em Comunicação e Semiótica, mestre em Administração e graduada em Administração de Empresas.

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