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Hospitalidade 2. Como o coração hospitaleiro interrompe a hostilidade entre a sogra e a nora. por Di


Meu marido, Mark, gosta de história, e atualmente está lendo sobre alguns costumes da tribo sioux. Os índios dessa tribo não permitiam que a sogra conversasse com sua nora. Se ela quisesse comunicar algo, ela teria que falar, ou com seu filho ou com o irmão da nora, para comunicar com a nora, e vice-versa. Porque? Para evitar conflitos entre as duas mulheres.

Este conflito entre sogra e nora é inevitável? Porque as sogras têm essa fama desagradável? Quando Deus me abençoou com três meninos pequenos, já comecei a orar que Deus me ajudasse ser uma boa sogra. Somente pensar que eu passaria pela fama da sogra me deu pavor. Atualmente tenho três noras, com a possibilidade de mais uma, e dez anos de experiência como sogra. Tem sido um mar de rosas, sim, com as flores lindas e os espinhos doloridos. Hostilidade entre sogras e noras nem deveria existir na família de Deus, no Corpo de Cristo. Se levamos a sério a exortação em 1 Cor 13.4-7, não abriremos uma brecha para o inimigo criar barreiras entre as pessoas da família de Deus. “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.” Será que sogras e noras são uma exceção?

Porque a hostilidade é tal comum entre sogras e noras? Em parte, existe pelas inseguranças das duas: “ela não vai gostar de mim”, ou “ela vai tentar controlar minha vida”. Mas em parte, existe por que esquecemos que nossas noras ou sogras também são pessoas que merecem graça e perdão. Pensamos que no caso delas, temos o direto de guardar magoas em vez de perdoar, que somos justificadas em pensar o pior em vez de pensar o melhor sobre ela.

O que a hospitalidade tem a ver com o relacionamento entre uma sogra e sua nora? Como você recebe essa mulher única na sua casa, na sua vida? Você a recebe com o amor de Cristo? Hospitalidade é um estilo de vida que procura ministrar graça nas vidas de outras, então hospitalidade verdadeira vai acabar com a hostilidade entre uma sogra e sua nora.

Percebo agora que ninguém me preparou para ser nora. Me lembro com tristeza como eu me sentia como recém-casada. Não apreciava que a minha sogra queria fazer parte da vida da nossa nova família. Não expressava amor genuíno como deveria. A vi como ameaça, como alguém intrometida, não como a pessoa que investia sua vida na criação do meu marido e gostaria de investir na nossa vida como casal para que fossemos um sucesso. Não a enxerguei como uma mulher mais idosa de Tito 2:3-5 que poderia me ajudar melhor a amar meu marido e filhos e fortalecer meu casamento. Não valorizava os presentes que ela deu para seus netos, como valorizava os presentes dados por meus próprios pais. Era egoísta e defensiva, em vez de ser alguém com coração aberto e amoroso. E o mais triste de tudo é que me justificava nessas atitudes pecaminosas. Eu me pergunto, porque as noras aceitam essas atitudes dentro de si mesmas? Acho que em grande parte, é por causa do engano que facilmente nos pega desde o princípio. Devemos reconhecer nossa imaturidade e egoísmo quando pecamos e pedir para Deus nos renovar.

Como mudou minha perspectiva uma vez que me tornei sogra. Com todo o meu coração, meu desejo é poder ajudar e encorajar minhas noras. De todas as mulheres no mundo, as pessoas que eu mais quero investir são a minha filha e as minhas noras. Claro que eu quero o sucesso do casamento do meu filho; quero seu sucesso na criação dos meus netos; quero o seu sucesso na administração do seu lar; quero que meus filhos sejam felizes com suas esposas. Agora entendo que não era diferente com a minha sogra. Mas não queria admitir naquele momento que ela poderia ser uma pessoa com boa vontade e muito amor.

Mas estou aprendendo a ser mais sensível com as minhas noras. Elas não são como eu, não tem a mesma criação, a mesma cultura. Então tenho que ajustar as minhas expectativas como sogra. Podemos mostrar graça e abertura ainda que elas sejam diferentes de nós? Podemos entender que não é fácil para as noivas aceitarem as diferenças entre nossas famílias? Podemos estender paciência e amor sem julga-las com olhos críticos? Porque não? Não somos as mulheres mais maduras, mas preparadas a mostrar o amor de Cristo?

Recentemente comecei a estudar o livro de Rute, procurando lições sobre este relacionamento único entre sogra e nora. Certamente este livro tem muito para nos ensinar. As duas noras da Noemi foram moabitas. Já pensou? Noemi, sendo judia de Judá certamente quis que os filhos se casassem com judias. Tiveram costumes e culturas diferentes. Mas pelo relacionamento que desenvolveu, é óbvio que Noemi recebeu suas noras com amor incondicional, como suas próprias filhas. No livro, quantas vezes Noemi as chamou “minha filha”! (1.11, 12, 2:2, 8, 22, 3:1, 16, 18) Minha querida sogra, você pode ser igual? Impossível é ter uma nora que seja mais experiente que você, então ela vai ser menos madura que você. Ela vai conhecer menos que você sobre quase tudo. Provavelmente vai sentir insegura para contigo. Vai querer demonstrar que ela é capaz. E quando ela mostrar essas inseguranças, na maneira de falar, de reagir, de se afastar, você pode mostrar paciência e graça e “piscar” nas fraquezas dela, em vez de julgar e criticar?

Do outro lado, Rute aceitou Noemi como sua mãe e aprendeu dela. Ela aceitou as orientações da Noemi quando não sabia como agir em novas circunstâncias. Ela foi humilde, mansa e respeitosa; expressou sua fé através de se colocar em situações estranhas e até perigosas, porque confiou na sua sogra, como quando Noemi falava para Rute se deitar nos pés de Boaz. Posso me imaginar dizendo, “Você é louca?” Querida nora, você tem uma atitude humilde para com sua sogra? Ou você fica indignada quando ela oferece orientações e sugestões, ou até ordens? Respeito não significa que tem que seguir suas orientações, mas temos a obrigação de manter nossa atitude santa diante de Deus.

Noemi não foi egoísta. Ela poderia ter sentido que as suas noras tiveram a obrigação de cuida-la na velhice como viúva. Mas ela abriu mão, tentando convence-las para voltarem às casas das suas mães. (1.8) Minha sogra, você pode abrir mão dos seus diretos? Ou suas noras percebem no seu comportamento uma cobrança?

Noemi estava cheia de gratidão e benção (1.8-9). Querida, quando foi a ultima vez que você abençoou sua nora? Você expressa gratidão para com ela? Gratidão faz toda a diferença!

Rute cuidou das necessidades da sua sogra por procurar trabalhar duramente no campo. Não temos nenhuma indicação no texto que ela teve ressentimentos por isso. Era uma mulher de caráter nobre, sem egoísmo (3.13). Quando seu filho nasceu, Rute não foi possessiva. Ela estendeu para sua sogra o privilégio de cuidar e influenciar seu filho. E você, querida? Você tem ciúmes da sua sogra ao ponto de negar que ela cuide do seu filho? (4.16) Claro que temos que proteger nossos filhos de más influencias, mas infelizmente é muito fácil confundir diferenças como más influencias.

Deus usou Rute para renovar a vida triste da sua sogra. E você, querida nora? Sua sogra tem que brigar contigo para ter tempo com você e com seu marido e seus filhos? Ou você é generosa com seu tempo? Depois dos meus filhos casarem, percebi como é importante abrir mão de deixar nossos maridos passarem tempo com seus pais, sem ressentimento. Norinha, pode presentear sua sogra assim? Ou você é possessiva? Ciumenta? Ressentida?

No outro lado, Noemi foi accessível. Quantas sogras hoje em dia não separam tempo para investir nos seus netos, filhos e noras. Você dedica sua vida na sua herança? Ou você gasta seu tempo na sua própria vida?

Se houver constrangimento entre você e sua nora ou sogra, como pode reestabelecer comunhão entre vocês duas? Vou compartilhar algumas dicas que tem me ajudado:

· Entenda que conflitos vão acontecer. Isto é normal. São duas mulheres que amam o mesmo homem, mas em maneiras diferentes. Nora, você pode aceitar que o amor da sogra é muito profundo para com seu filho. Se você amar sua sogra, ela pode se tornar uma amiga para sempre. Crie amizade com ela em vez de criar inimizade.

· Sogra, reconheça que há uma perda quando seu filho casar-se—você investiu sua vida na vida inteira do seu filho, mas agora chegou a hora de soltar as cordas. Passe pelo desafio, e chegue ao lugar de aceitar essa mudança.

· Vocês duas, façam já o compromisso para perdoar as ofensas, seja o que for. Esteja pronta para ouvir e tarde para condenar. Não deixe as diferenças entre famílias criarem magoas. Resolvam os conflitos!

· Lembre-se que o amor cobre muitas transgressões. Seja amorosa, especialmente para ela, não apesar dela!

· Norinha, deixe sua sogra ensina-la certas coisas (cumprir Tito 2) e seja grata que você tem alguém que pode a ensinar como deixar seu marido mais feliz. Sei que pode tirar quase todas as dúvidas na internet, mas sua sogra quer ajudar. Interprete isso através das lentes de amor, não de autodefesa. Ouça—seja sabia e humilde, seguindo o padrão do Cristo.

· Sogra, não pressuponha! Pergunte! Tira as duvidas em vez de chegar nas conclusões erradas. Ela é nova, mas quer exercer sua independência; dê para ela espaço para tomar suas próprias decisões. Não insista que ela seja como você. Seja madura! Tome a iniciativa de amar, e se não aceitar sua orientação, não leve isso como falta de amor.

· Nora, convide sua sogra para sua casa e para entrar no seu mundo e na sua vida, como hospitaleira que quer servir e ministrar. Ela também quer ser amada. E lembre-se que se você tem meninos, um dia será você, como sogra. Você quer que sua nora trate você da mesma maneira que você trata sua sogra? E sogra, espere por ela convida-la para entrar na sua vida. Tenha paciência! Será recompensada!

· Aceita que sua sogra é uma pessoa de boa vontade. Os motivos dela não são ruins! Perdoe ela diariamente pelas maneiras que ela ultrapassa seus limites. Provavelmente ela nem sabe que estes limites existem!

· Trate seu próprio coração: seja ciúmes, raiva, tristeza ou magoas. Expresse gratidão e apreciação uma pela outra!

O fato que o livro inteiro de Rute destaca este relacionamento único mostra sua importância. Abre seu coração para essa nova pessoa na sua família, minha querida! Mostre a graça, perdão e amor do evangelho através deste relacionamento. Deixe o Espírito Santo tirar do seu coração o pecado que você encontra aí com respeito a ela. Vamos acabar com essa fama negativa, e propor uma nova fama, de amor, aceitação e misericórdia!


Diane Ellis

Confira o 1 texto da série “Hospitalidade”:






Missionária americana servindo a mais de 20 anos no Brasil. Casada com o pr. Dr. Mark Ellis e mãe de cinco filhos, 3 noras e 8 netos. Seu ministério foca o mentoreio de mulheres mais novas. Diane é escritora do blog Mulher da Palavra e da palestras em igrejas sobre feminilidade bíblica.


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