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O que significa “buscar” a vontade de Deus? por Bruce K. Waltke



Usamos normalmente a palavra “buscar” no sentido de conhecer, obter ou chegar à mente de Deus. Quando tentamos “buscar” a vontade, estamos procurando descobrir conhecimento oculto por meio de atividade sobrenatural. Caso queiramos buscar sua vontade em uma escolha específica, precisaremos penetrar a mente divina para conseguir sua decisão. Nesse sentido, “buscar” é realmente é uma forma de adivinhação.


Essa ideia era comum em religiões pagãs. Na realidade, essa era a preocupação dos reis pagãos A maior parte dos textos do antigo Oriente Médio de que temos conhecimento refere-se à adivinhação. O rei jamais tomaria uma decisão importante, como ir à guerra, por exemplo, sem antes conhecer a vontade do seu deus a respeito da situação. Muitos cristãos, ao tomarem suas decisões, seguem o mesmo caminho na busca da vontade divina. Conversei com pessoas que cumprem determinados rituais antes de ir a Deus com um pedido importante, como se pudessem tornar-se mais aceitáveis para Deus e, portanto, estar mais propensas a obter uma resposta. Mas é exatamente desse tipo de comportamento pagão que Cristo nos libertou. Não precisamos mais matar cordeiros ou fazer grandes promessas ou oferecer sacrifícios como um meio de barganhar nosso acesso à presença de Deus. Cristo, com sua morte na cruz, rasgou o véu do lugar santíssimo. O acesso a Deus não está mais limitado a um sacerdote humano providencialmente nascido na família certa, que entrava na presença do Senhor em favor do povo escolhido. Hoje temos acesso a Deus por meio de Jesus Cristo. Hoje, recebemos orientação de Deus por meio do Espírito Santo. Talvez o problema seja que são poucos os cristãos que vivem em um relacionamento íntimo com o Deus que os ama.

O Novo Testamento não apresenta uma ordem explícita para “buscar a vontade de Deus”. Você também não encontrará instruções específicas sobre como buscar a vontade de Deus. Não há uma fórmula mágica oferecida aos cristãos que abrirá uma misteriosa porta de maravilhas, permitindo-nos obter um vislumbre da vontade do Todo-Poderoso A Bíblia proíbe a adivinhação pagã (Dt 18.10) e promete castigar severamente os que recorrem à magia para descobrir a vontade de Deus. Simão, o Mago, foi duramente repreendido em Atos 8 por buscar poderes sobrenaturais, e Cristo criticou a geração perversa que sempre pede um sinal de Deus.

Deus não é um gênio mágico. Fazer uso da caixinha de promessa, abrir  a Bíblia e apontar o dedo para uma passagem aleatória ou confiar no primeiro pensamento que vier à mente depois de orar são formas infundidas de adivinhação cristã.

Depender de sinais especiais de Deus é a marca de uma pessoa imatura – alguém que não consegue simplesmente crer na verdade como é apresentada, mas que precisa receber um sinal miraculoso específico como símbolo da autoridade de Deus.

Bruce K. Waltke


Extraído do livro: Buscar a vontade de Deus: uma ideia cristã ou pagã? Ed. Vida Nova. p. 19-20.

Publicado com permissão.




Para saber mais sobre o livro, click no link abaixo:



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