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  • Foto do escritorEquipe Mulher da Palavra

Solus Christus. por Nelson Galvão



Hoje celebramos os 500 anos da Reforma Protestante. Esta ocasião é lembrada pelas igrejas protestantes de todo mundo como uma oportunidade de revisitarmos os princípios do Protestantismo, conhecidos como os cinco “solas”: Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Fide, Sola Gratia, Soli Deo Gloria.

A grosso modo, esses princípios determinam uma igreja como sendo protestante. O que vem além disso, forma as denominações dentro do protestantismo, como a questão do batismo, da ceia, do sistema de governo da igreja, etc.

Assim sendo, pergunto: qual desses princípios é o mais importante? Considero que todos são de vital importância e estão de tal maneira interligados que não podem ser separados. Entretanto, estes princípios não estão assentados em uma mesa redonda, mas em uma mesa retangular e o “Solus Christus” está na cabeceira.

É importante lembrar que as Escrituras apontam para Cristo (Lc 24.27); a graça e a fé estão fundamentadas em Cristo (Rm 3.24,25); a glória do Pai é a glória de Cristo (Jo 17.5).

Vejamos a ênfase Cristológica das cartas do Novo Testamento:


Em Romanos Cristo é a justiça revelada de Deus a todo o pecador que nEle crê.

Nas cartas aos Coríntios, Cristo é Senhor e a vida dos Cristãos deve condizer com o senhorio de Cristo.

Em Efésios, as bênçãos do Senhor nos são dadas em Cristo (Ef 1) e  a igreja é de Cristo (Ef 1. 22,23).

Em Gálatas Cristo da gratuitamente, a parte da lei, uma nova vida aos que crêem.

Em Filipenses Cristo é Deus que se fez servo.  

Em Colossenses Cristo é Deus, o Criador, o sustentador da vida.

Nas cartas de Tessalonicenses, Cristo voltará para buscar os Seus e julgar os ímpios.

Nas pastorais (1 e 2 Timoteo e Tito), a igreja é a coluna e baluarte da verdade; i. é, Cristo. Assim, deve ser organizada de forma prescrita nas palavras de Cristo e os falsos mestres devem ser silenciados porque deturpam as palavras de Cristo.

Em Filemon, Cristo transforma os relacionamentos destruídos.

Em Hebreus Cristo é superior porque: (1) É a revelação final de Deus e o próprio Deus – Hb 1.1-3; (2) É superior aos anjos – Hb 1.1.4-2.18; (3) É superior a Moisés – 3.1-4.13; (4) É superior a Aarão – 5.1-7.28 – (5) Sua obra como mediador entre Deus e os homens é superior – 8.1-10.18.

Em Tiago a verdadeira fé em Cristo produz obras.

Nas cartas de João, Cristo é o Verbo da Vida encarnado.

Em Apocalipse Cristo é o juiz que virá para julgar vivos e mortos, e levar seu povo para morar eternamente consigo.


Foi isso o que os reformadores viram e mudou as suas vidas para sempre. Esse foi o grito da Reforma: Solus Christus. Nas palavras do reformador: “tudo quanto está fora de Cristo só pode ser trevas, falsidade e morte.” (Martinho Lutero, Nascido Escravo). O famoso hino da Reforma, “ Castelo forte” entoa em alto e bom som que Cristo nos defende, “o que venceu na cruz, Senhor dos altos céus; E, sendo o próprio Deus, Triunfa na Batalha”.

Assim sendo, antes de mais nada a Reforma foi um movimento de retorno à  centralidade de Cristo. Quais são as implicações disso para hoje? Muitas, vejamos:


Uma vez que Cristo é Deus, toda a nossa vida deve ser centrada nEle e todas as atividades da igreja devem ser centradas nEle.

Uma vez que Cristo é a suprema revelação de Deus, então não precisamos de  outras revelações (sonhos, visões, profecias, línguas estranhas, unções, etc), Sua palavra é inerrante, suficiente e autoritativa.

Uma vez que Cristo é o Mensageiro, então não precisamos de outros mensageiros (anjos, apóstolos, bispos, etc);

Uma vez que Cristo é o caminho gratuito a Deus, então não precisamos de regras/normas para a salvação (indulgências, faça isso ou aquilo para ser salvo);

Uma vez que Cristo é o Mediador, então não precisamos de outros mediadores (Maria, santos, padres, pastores ungidos, profetas ungidos, etc);

Uma vez que Cristo é o ofertante e a oferta perfeita, então não precisamos de sacrifícios (penitências, jejuns, oração no monte, campanhas de oração, etc).


Precisamos somente de Cristo, exclusivamente Cristo, totalmente Cristo, profundamente Cristo.


Solus Christus.

Pr. Nelson Galvão

Sola Escriptura




Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP. 

É pastor interino da Igreja Batista Sião (São José dos Campos-SP) e atua como diretor acadêmico do ministério Pregue a Palavra. 

Atua ainda como coordenador do grupo do Pregue a Palavra de Cuba e como professor convidado da Escola de Pastores PIBA.

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