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A Mulher Moderna – PARTE I. por Nancy DeMoss Wolgemuth

Atualizado: 24 de jul. de 2019


Eu faço parte da geração na qual termos como “liberação feminina”, “feminismo”, “direitos iguais”, e “casamento igualitário” são praticamente palavras do dia a dia.

   Nossa sociedade não promove mais os valores de Deus para as mulheres. Feminilidade, modéstia, discrição, virtude e graciosidade são aparentemente relíquias de uma era passada – tão fora de lugar na cultura contemporânea quanto o cavalo e a carruagem.

      Ao contrário, a mulher “ideal” de nosso tempo é glamorosa, sofisticada, agressiva, poderosa, voltada para sua carreira, independente, autossuficiente e sensual. Ela não precisa de nada nem de ninguém. Ela tem o controle de sua vida, assim como das circunstâncias e pessoas ao seu redor.

     Em suas formas mais radicais, o movimento feminista é facilmente identificável. Nós o associamos aos esforços para eliminar toda e qualquer distinção entre homens e mulheres. Podemos pensar em tentativas de abolir as estruturas familiares tradicionais (tais como casamento monogâmico, maridos como provedores, mães como cuidadoras) e de substituí-las com alternativas depravadas (sexo livre, casamento homossexual, divórcio sem culpa, etc.). Vemos mulheres zangadas e estridentes marchando pelo direito do aborto e de salários iguais entre homens e mulheres.

      Como mulheres cristãs, reconhecemos tais esforços pelo que são e desprezamos e condenamos este ataque tão óbvio aos padrões bíblicos.

      Entretanto, a filosofia de liberação da mulher não está confinada à arena secular. Muitos elementos não tão óbvios desta filosofia têm penetrado e permeado nossas instituições e lares cristãos. Um bando de periódicos, escritores e palestrantes supostamente cristãos têm sutilmente promovido a filosofia egocêntrica, centrada nos direitos que são a raiz do movimento feminista. A maioria de nós, como mulheres cristãs, é muito mais influenciada por este tipo de pensamento do que percebemos.

     Infelizmente as táticas do tentador não mudaram desde seu encontro com a primeira mulher no jardim. Assim como no ataque à Eva, a serpente apresenta sua filosofia hoje de maneiras sutis e enganosas que, na superfície, parecem ser inofensivas.

     O inimigo atua através de nossa cultura e nossa natureza caída para nos persuadir de que se não nos levantarmos para defender nossos direitos, ninguém mais o fará; que temos o direito de sermos felizes e completas; e que uma vida de doação e serviço é escravidão.

   O problema é que, por mais apelativo e atraente que o diabo faça parecer o seu programa, ele é um mentiroso. Ele é um enganador. Ele é o destruidor.

    Por muitos anos, como eu viajo e ministro às mulheres, ouvindo-as compartilharem o que há em seus corações, eu tenho sofrido ao ver a devastação física, mental e espiritual sofrida pelas cristãs que foram enganadas. Elas rejeitaram o plano de Deus (talvez inconscientemente) para suas vidas e seguiram os planos à maneira do mundo pensar. Elas têm sido feitas de trouxa, acreditando nas mentiras de Satanás. E elas estão pagando um preço de consequências dolorosas em suas consciências, em seus corpos, emoções e espíritos, seus casamentos, e seus filhos e netos.

     Deixe-me sugerir que devemos começar aceitando o simples fato de que Deus nos fez mulheres e que Ele nos fez vastamente diferentes dos homens, não apenas psicologicamente, mas também emocional, mental e até mesmo espiritualmente. O caráter da mulher é um dom a ser valorizado, guardado e recebido com gratidão. Mas é um privilégio que vem com responsabilidades das quais não podemos escapar. Tais responsabilidades estão enraizadas no propósito para o qual Deus nos criou.

    Assim que começamos a considerar nosso propósito para viver, descobrimos uma diferença fundamental entre o plano de Deus e o modo de pensar do homem. Na raiz da filosofia feminista está a visão de que a mulher existe para agradar e preencher seu próprio ser, de que ela é um ser independente, livre para fazer o que desejar.

    Mas temos que reconhecer que, desde a sua criação, a mulher foi feita para o homem e dada ao homem, para ajudá-lo e atender suas necessidades. Mas sendo uma ajudadora, a mulher encontra sua maior recompensa, porque ela funciona como Deus a desenhou.

   Tudo a nosso respeito – nossa aparência, nossas atitudes, nossas ações, nossas palavras – ou ajudam ou atrapalham os homens que Deus colocou ao nosso redor ou com autoridade sobre nós. Nós os ajudamos quando nós os edificamos ou exaltamos. Nós os atrapalhamos e puxamos para baixo quando nos exaltamos. “Toda mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a derruba com as próprias mãos.” (Pv 14.1)

     Se nós “edificamos” ou “derrubamos” nossas casas, estamos sendo influenciadas por uma esfera mais do que apenas aqueles que vivem dentro das quatro paredes das nossas casas. Por nossas atitudes, palavras e comportamento como mulheres, estamos sábia ou tolamente traçando uma marca indelével em nossas igrejas, sociedade e futuras gerações.

Atitudes que Edificam

1. Um lar sólido deve ser construído sobre a fundação de um compromisso permanente e incondicional. (“Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.” Pv. 31.12) O mundo diz “Você não tem que aguentá-lo. Você tem que achar alguém que te trate bem.” Mas a mulher de Deus está no seu casamento para dar, não para receber e ela continuará dandonão importa o custo.

2. A mulher que rendeu todas as suas expectativas para Deus tem um espírito agradecido. Por outro lado, a mulher exigente, guiada pelos seus direitos, sente que devem algumas coisas a ela e suas expectativas nunca podem ser satisfeitas. Ela conecta seu marido, filhos e outros às expectativas que ele não tem condições de cumprir.

3. A mulher de Deus é vestida com humildade (1Pe 5.5), aquela atitude do coração que a faz estimar os outros mais que a si mesma (Fl 2.3). A mulher orgulhosa destrói sua casa, bem como outras, colocando a si mesma, suas necessidades e seus desejos antes dos outros.

4. Uma mulher sábia edifica a sua casa com um espírito de mansidão, ou entregou todos os seus direitos a Deus. A mulher tola fica facilmente irada quando sente que seus desejos foram violados.

5. A mulher que confia em Deus, será capaz de responder à autoridade do seu marido submissa e obedientemente. A mulher que resiste à direção do cabeça, aquele apontado por Deus, ameaça a segurança do seu lar. O desejo de uma mulher de controlar o homem é parte da maldição que resultou da Queda (Gn 3.16). Um lar pode ser destruído por uma mulher dominadora e manipuladora, que seja dirigida pelo desejo de controlar. A rendição edifica uma casa.

6. O espírito de um lar é construído por uma mulher que irradia alegria – alegria que está enraizada não nas circunstâncias externas, mas na confiança que Deus é “o Bendito Controlador” de todas as coisas. A mulher centrada em si mesma infecta aqueles ao seu redor com seu espírito de descontentamento e amargura.

7. A mulher misericordiosa e perdoadora “cobre uma multidão de pecados” com seu amor e é rápida em deixar de lado transgressões cometidas contra ela. Uma mulher tola aniquila a sua casa mantendo um registro de ofensas e insistindo em retaliar.

8. A mulher de Deus reverencia seu marido, não necessariamente porque ele é digno de honra, mas porque ela concorda que Deus colocou este homem como cabeça dela. A mulher que destrói seu marido com uma atitude de desrespeito exalta a si mesmo e tolamente derruba a sua casa.

9. A mulher leal edificará seu marido e filhos falando bem deles aos outros. A atitude crítica destruirá o espírito da casa. A mulher tola comparará seu companheiro aos outros homens de maneira desfavorável e se permitirá fantasiar a respeito do homem “ideal” com quem ela “realmente” gostaria de estar casada.

10. “Acima de todas as coisas”, Paulo exortou “amem ardentemente uns aos outros” (1Pe.4.8). Uma das coisas mais importantes que as mulheres de Deus mais velhas podem ensinar às mais novas é a amarseus maridos e filhos (Tito 2.4). A mulher amorosa não buscará seus próprios interesses, tempo, privacidade e realizações, mas dará de si mesma inteiramente para atender às necessidades dos outros, sem esperar nada em troca. Por outro lado, uma atitude que busca sua própria satisfação, é uma influência feia, cancerosa, destrutiva num lar.


Nancy DeMoss Wolgemuth



Fonte: Revive our hearts. Website: reviveourhearts.com.

Traduzido com permissão. 

Título original:  Today’s Woman

Tradução: Viviane Andrade




Nancy Leigh DeMoss é apresentadora de dois programas de rádio nos Estados Unidos: Revive Our Hearts [Aviva nossos corações] e Seeking Him [Buscando a Deus]. Seus livros já venderam mais de um milhão de cópias. Tem trabalhado desde 1980 na organização cristã Life Action Ministries. Também é organizadora do livro Mulher Cristã: repensando o papel da mulher à luz da Bíblia, publicado por Vida Nova.

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